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CINEMA, VEGETAIS E CONVERGÊNCIA DAS MÍDIAS

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A maior rede de hortifrutigranjeiros do país, a Hortifruti tem apostado em campanhas publicitárias diferenciadas com a intenção de atingir diversos públicos, fora isso a Hortifruti tem consolidado cada vez mais a sua marca através de ações que aproximam e identificam o público-alvo, tornando a publicidade não menos direta, mas muito mais atrativa. A última campanha da Hortifruti uniu os vegetais com grandes nomes das bilheterias do cinema. Abaixo alguns outdoors veiculados.


Aproveitando o sucesso da campanha, a Hortifruti com o objetivo de atingir o público-jovem criou a campanha Hortitube onde os consumidores postarão histórias usando os vegetais como protagonistas. A Hortifruti tem estado a frente na sua comunicação, a convergência das mídias hoje é necessária, afinal o consumidor acompanha a tecnologia e a empresa que estiver atrás disso cairá no anonimato.

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

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“... o professor se tornou um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador, e sobretudo, um organizador da aprendizagem.” “De nada adiantará ensinar , se os alunos não conseguirem organizar o seu trabalho, serem sujeitos ativos da aprendizagem, auto-disciplinados, motivados.”
Quando assisti “Entre os Muros da Escola” resgatei muitas vezes um texto que escrevi em minha Pós-Graduação na disciplina de Metodologia do Ensino sobre a “Responsabilidade Social e o papel do Professor”, por isso o cito a fim de representar o contexto da obra densa e excepcional do francês Laurent Cantet.
Primeiro longa francês a ganhar a Palma de Ouro em Cannes desde 1987, o filme é roteirizado pelo diretor Laurent Cantet ao lado de Robin Campillo e François Bégaudeau. Adaptação do livro autobiográfico escrito pelo próprio François Bégaudeau nos traz um ano na relação de um professor de francês com seus alunos em uma escola de Paris. Aproveitando em sua disciplina além de ensinar gramática e literatura, procura mostrar um pouco sobre o mundo a seus discípulos e por diversas formas e estratégias diante as fortes personalidades de seus alunos, do geek oriental Wey às questionadoras e desafiadoras amigas Esmeralda e Rachel, o aluno novo Carl e o impulsivo Souleyman. Francés Bégaudeau, além de roteirista e escritor da própria obra, estréia como ator e vive o professor de francês.
A obra se torna fenomenal por ser crua e verdadeira, apostando em uma estrutura narrativa de documentário com a câmera sempre na mão e trilhas nada convencionais, além disso Laurent resgata as características do neo-realismo e emprega um elenco de amadores representando versões de si mesmos em meio a cortes secos de uma montagem direta, criando a dualidade e uma sensação de acompanharmos os fatos a medida que estes acontecem em uma ambiente de improvisação.
O ar espetacular de “Entre os Muros da escola” está também na complexidade dos personagens. O filme não cria e nem representa estereótipos, os alunos surpreendem a cada momento, pois não adotam posturas nem um pouco rebeldes, mesmo porque demonstram interesse em grande parte da aula, participativos a debates e o que não os impedem de defender seus interesses e desafiar o próprio professor. Bégaudeau, uma versão ficcional de si mesmo, constrói um professor digno e realizador da função de “educador” ou “organizador da aprendizagem”, procura sempre estratégias diferentes de estimular os alunos a partir de suas preferências pessoais. Não tem como não se encantar com a atuação de Bégaudeau, a sua habilidade em usar as ferramentas (o que não é fácil) do ensinador e a preocupação que tem com a aprendizagem dos alunos e até mesmo com a integridade de cada um.

“O professor da contemporaneidade vive intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores. Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas. Diante dos falsos pregadores da palavra, dos “marqueteiros”, eles são os verdadeiros “amantes da sabedoria”, os filósofos de que nos falava Sócrates. Eles fazem fluir o saber - não o dado, a informação, o puro conhecimento - porque constróem sentido para a vida das pessoas e para a humanidade e buscam, juntos, um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos. Por isso eles são imprescindíveis”. (SILVEIRA, Murilo. Responsabilidade Social e o papel do professor.)

“Entre os Muros da Escola” é um exercício da inter-relação entre aluno, professor e instituição e o mais surpreendente é que nessa relação é necessário assumir “papéis” e personagens, o que muitas das vezes não é nada fácil, porque são de pessoas que se tratam e pessoas são complexas, ainda mais quando uma tem a necessidade em defender seus interesses.