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ENTREVISTA: MATHEUS NACHTERGAELE PARTE 1

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Na edição de junho de Revista Rolling Stone, Paulo Terron entrevista o ator Matheus Nachtergaele, com quase duas décadas de carreira, alternando-se entre televisão, teatro e cinema, fala sobre sua estréia na direção com o polêmico “A Festa da Menina Morta”, a história de um culto religioso surgido ao redor de um “menino santo”, que recebeu de um cachorro as roupas de uma menina desaparecida. O filme já passou por festivais, e levou um prêmio de melhor direção nos Estados Unidos, no Chicago International Film Festival. Rolling Stone – De onde você tirou a história da menina morta? Matheus Nachtergaele – Eu vi algo parecido com aquilo. Acho que tem coisa sobre tempo sendo dita, com relação à morte, a Deus, e acho que é um filme sobre um cara que é um emissário de Deus levado à loucura. É um filme sobre o luto e a superação dele, em vários aspectos. Eu acho que a religião é luto. Acho que nossa história é boa. Ela quer dizer o seguinte: o que acontece com um homem sem mãe. É isso. RS – Em algum momento você hesitou por querer tratar de religião no filme? MN – Nunca. Acho que sempre estive ligado à religião, amigo. RS – Mas o problema não é você, é a reação das pessoas que estão vendo. MN – Acho que não existe religião. Existe uma necessidade absoluta e muito precária em crer. Ninguém tem de se ofender com nada, no meu filme ninguém detona nada. A não ser pelo fato de que entra promiscuamente na intimidade dos participantes de uma seita. Não existe um demérito ou um mérito. RS – Sua relação com os diretores mudou depois de passar por essa experiência de dirigir? MN – Não. Foi o que tinha de ser. Amo fazer o que eu faço. RS – Você sempre quis dirigir? MN – Não. Eu não sempre quis dirigir. Bonito isso, né? Eu não sempre quis dirigir... RS – Quanto tempo durou o processo de produção do filme? MN – Dez anos. Eu não tive uma relação com o filme como se fosse um cineasta. Fiz o filme como foi possível pra produção e pra mim. [Ele foi feito] muito lentamente... Mas eu filmei o meu roteiro, do jeito que eu sonhei. A palavra “sonhei é ruim, né? Entre a primeira escritura e agora foram dez anos. Aconteceram duas novelas, por exemplo, nesse tempo [Da Cor do Pecado, de 2004, e América, de 2005]. FIM DA PRIMEIRA PARTE. CONTINUA NA PRÓXIMA COLUNA.