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QUEIME DEPOIS DE LER

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Um cineasta quando realiza um trabalho e ganha reconhecimento do público, inclusive de crítica, é natural que seus próximos trabalhos sofram uma pressão natural que, a cada trabalho haja superação sobre outro. É natural também quando alguns cineastas ainda sobre essa pressão não conseguem se superar e muitas das vezes se destruir. Nesse meio, entre um mundo completamente renovador e pessoas que buscam novas referências, a reinvenção sempre será necessária.
Depois do denso e premiado “Onde os fracos não têm vez” os irmãos Coen estrategicamente voltam e criam mais uma vez o estupidamente divertido “Queime depois de ler”. Nada poderia ser melhor para atender as expectativas dos fãs da dupla, do que criar mais um filme que tira sarro das ignorantes atitudes da sociedade e a que isso é capaz de levar.
“Queime depois de ler” vem com uma narrativa que faz do “ridículo” sua premissa, é assinado pelos irmãos Coen e conta uma história sobre coisas inacreditáveis, imbecilidades, idiotices entre outros fatos que fazem os personagens da trama a tomarem atitudes ilógicas que ocasionam a reações completamente mais estúpidas.
A obra conta a história de um funcionário da CIA que está escrevendo o livro de sua vida, mas perde o CD que guarda o conteúdo. Dois funcionários de uma academia encontram o objeto e tentam se aproveitar da descoberta. Com uma trama um pouco barata os irmãos Coen ainda procuram satirizar com técnicas visuais dos filmes de espionagem e ridicularizam o estilo com as atitudes como os dois funcionários da academia, Chad (Brad Pitt) e Linda (Frances McDormand) quando encontram o CD do ex-agente da CIA com documentos que julgam valiosos para a Segurança Nacional e não conseguem pensar nada melhor do que vender aos russos (!).
Destaque para a atuação de Brad Pitt. Com um cabelo cheio de luzes e “tipão” metrosexual machão, o ator consegue convencer como Chad, um indivíduo que encara o mundo ao seu redor de forma vazia e estúpida. O esquizofrênico George Clooney abafado por Brad Pitt tira algumas risadas, assim como Frances McDormand. Destaque também para o sempre incrível John Malkovich e J.K Simmons que em suas pequenas aparições dão grande credibilidade ao ridículo proposto.
“Queime depois de ler” pode ter soado um pouco banal e estúpido como está escrito nas linhas acima, mas no seu caráter de representação e de seu próprio humor negro (característica sempre marcante dos Coen), é válido de repente pelo grito daquilo que estamos nos tornando, seja pelas coisas impensáveis da vida, seja pelo simples fato de que é bom ser idiota de vez em quando, mas sempre com um pouco de esperteza... porque o humor negro do cotidiano ainda poderá lhe custar a vida.

SOBRE O QUE ESTÁ ROLANDO

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Hoje vamos escrever um pouco sobre as produções que serão realizadas nos próximos anos, assim você perceberá que grande obras, ótimas refilmagens, continuações e filmes com propostas novas ao tema embarcam no meio cinematográfico.
A saga “Jogos Mortais” teve seu quinto filme recém lançado no cinema e já promete o sexto episódio da série. “Jogos Mortais 6” terá um novo diretor, o montador Kevin Greutert, segundo informações do site shocktillyoudrop.com. O site ainda revela que a atriz do sexto filme será escolhida através de um reality show intitulado Scream Queens, onde 10 atriz aspirantes ao filme encaram cobras, centenas de baratas e nadam em uma piscina de sangue. A produção ainda não tem data confirmada.
O diretor do último “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, Tim Burton vai dar sua versão de “Alice no País das Maravilhas”. Segundo um dos atores do filme, Alan Rickman (A Lagarta da obra) informou ao site MoviesOnline que o filme é uma mistura de live-action, animação e stop motion. O ator Johnny Deep também estará no filme como “O chapeleiro Maluco”. Uma atriz australiana será a protagonista da versão de Tim Burton, a pouco conhecida Mia Wasikowska.
E no primeiro semestre de 2009, o mutante mais famoso da série X-men, Wolverine, terá seu próprio filme. Com direção de Gavin Hood o filme vai tratar do personagem-título antes de se juntar aos X-men. Wolverine ainda traz um dos integrantes do grupo Black Eyed Peas, o cantor e rapper Will.i.am no papel de John Wraight e Hugh Jackman ainda interpreta Wolverine.
O filme Crepúsculo já tem sua continuação com estréia. Em novembro de 2009, Lua Nova terá sua continuação com o diretor Chris Weitz da adaptação.
Em abril de 2009, Velozes e Furiosos 4 vem com toda sua ação e velocidade juntamente com os atores das primeiras franquias, Vin Diesel, Paul Walker e Michelle Rodriguez.
Depois da continuação de Sexta-feira 13 parte 11, o aterrorizante A Hora do Pesadelo 8 vai ser produzido também sem a direção de Wes Craven e o ator Robert Englund como Freddy Krueger. O filme quer voltar sem piadas, mas puro terror.
2009 promete puro entretenimento nas salas de cinema, muitas produções ainda prometem e conforme as novidades aparecem você vai poder conferir nessa coluna. Enquanto isso um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de paz e muito cinema!

[REC]

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Quando descubro que um filme terá uma estratégia narrativa realizada como foi feito os incríveis “A Bruxa de Blair” ou “O olho que tudo vê” e até mesmo o fantástico “Cloverfield”, grande parte do filme já ganhou da minha parte grande empatia, mesmo porque todas essas histórias vêm com enredos totalmente ficcionais e se adéquam com perfeição à realidade. Seus estilos documentais e cenas construídas com o objetivo de serem “reais” assustam e conseguem tirar muitos calafrios do espectador.
E agora foi a vez do terror espanhol [REC] realizar o grande feito criado por “A Bruxa de Blair”. Ótima película que impressiona pelo seu ritmo, ótimas atuações, intenso, com uma edição de som bem realizada e completamente assustador.
O filme começa sem frescura, e apresenta a repórter Ângela (Manuela Velasco) realizando um programa chamado “Enquanto você dorme” que, em um corpo de bombeiros, realiza uma matéria sobre o cotidiano daqueles profissionais. Ansiosa que algo interessante aconteça, a jornalista se anima quando o alarme soa no local, e dali juntamente com seu cinegrafista, os bombeiros e policiais vão parar numa situação totalmente pavorosa.
Dirigido por Jaume Balagueró e Paco Plaza, [REC] acontece sempre pelo olhar do cinegrafista (que nunca aparece) da jornalista, e com essa abordagem visual [REC] coloca o espectador como mais um integrante daquela história, tornando-a assim mais assustadora. Escrito pelos diretores e também por Luis Berdejo, o roteiro abusa do realismo para desenvolver a narrativa e, para isso, não usa nenhuma trilha sonora, descarta o uso de cortes especiais, apenas sons naturais de tudo que rodeia os personagens. O som em [REC] é tratado de maneira específica para parecer que tudo é captado pelo microfone da câmera do cinegrafista. A fotografia também possui papel importante. Realizado por Pablo Rosso, utiliza o foco de luz da câmera a manter os pontos mais assustadores do filme, a fim de revelar a expressão de horror dos personagens. É incrível a utlização do sistema “night shot”(visão noturna) que revela um dos pontos mais assustadores da trama.
Não dá para não falar do elenco de [REC], Balagueró e Plaza, conseguem de forma incrível revelar os personagens de forma muito criativa e com ótimas atuações, destaque na cena do morador César (Carlos Lasarte) que penteia os cabelos sem saber que está sendo gravado, flerta com o cinegrafista e se preocupa com a oleosidade de sua pele. Destaque também para a enérgica e intensa jornalista que busca defender com todas as forças sua matéria, independente do grau do risco em que se encontra.
[REC], por mais que utilize recursos já clichês nesse estilo narrativo, se sobressai por suas características peculiares, e mesmo que re-invente uma história a la George Romero (A volta dos mortos vivos) consegue assustar e encantar o espectador porque faz pensar na realidade da situação, que aquelas pessoas, são reais e os monstros também. É mais um grito em forma de desespero dos indivíduos que pelo medo se transformam defensores da sobrevivência, ou monstros cheios de fúria e fome.

RINGU

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Uma misteriosa fita de vídeo que, ao ser assistida, lança uma terrível maldição em seus espectadores, que morrem exatamente sete dias depois. Esta é a idéia principal de Ringu, filme do diretor Hideo Nakata que jamais esperou o que significaria sua obra para o cinema japonês no gênero terror.
Nakata criou um filme nada ousado, mas muito efetivo, tanto é que cinco anos mais tarde foi testemunha de ver sua obra sendo refilmada (O Chamado I e II) nos Estados Unidos pelo diretor de A Mexicana e o Ratinho Encrenqueiro, Gore Verbinski. Mas com uma idéia tão batida, quem sabe as vezes até “hollywoodiana”, como Ringu teve grande sucesso no Japão e contribuiu tanto para o cinema japonês? Aqui entra a questão não o que se escreve, mas como se escreve. A idéia de Ringu pode até ser clichê, mas a maneira que Hideo Nakata constrói a narrativa, é que soa original.
Uma interessante história sobre uma fita de vídeo que, ao ser assistida, lançava uma terrível maldição em seus espectadores, que morriam exatamente sete dias depois. É então que uma jornalista resolve investigar o caso e, sem acreditar muito na lenda, acaba assistindo ao vídeo – somente para descobrir, logo em seguida, que a tal praga é real. Desesperada, ela pede a ajuda do ex-marido para que, juntos, consigam descobrir uma forma de cancelar a maldição antes que esta provoque sua morte.
O filme de terror atmosférico de Hideo Nakata não desilude de forma alguma. É uma história de terror contada sutilmente, sem estilizações, mas com uma eficácia narrativa e visual absolutamente desarmante. A trilha sonora é construída adequadamente ao estilo atmosférico do filme, um cruzamento de pessoas gemendo, com barulhos e chiadeiras de metais e água escorrendo, muito bem trabalhada. A sua atmosférica opressiva, lenta e cuidadosamente criada pelo diretor, minuciosamente, suga o espectador, deixando-o sem ações durante a trama toda do filme.
A metalinguagem utilizada por Nakata na narrativa, a maneira de agregar à sua história uma certa impiedade bem realista em relação a idéia do filme, a medida que o filme lança lentamente ao espectador a razão da maldição existente na fita, das origens, casualidades. O diretor não se preocupa apenas em mostrar esses mistérios, mas os mistérios existentes na relação entre os personagens. A jornalista por exemplo, acaba criando uma relação um tanto fria com a maioria dos personagens que aparecem ao decorrer da trama. Hideo Nakata trabalha tão bem e com tanta sutileza esse relacionamento que no filme, representado pelos figurantes, as pessoas que andam pela cidade, no mundo moderno do Japão, estão sempre correndo, estressadas, esbarrando uma nas outras, sem a tradição que os ocidentais estão acostumados a se deparar, mesmo na cena em que a jornalista vai para a casa do pai de Sadako (a garotinha que sai do poço) a casa no estilo oriental, que perde sua tradição para o mundo moderno. As personagens que aparecem não criam quase algum laço emocional e Nakata faz questão de ser frio nesse aspecto, deixando a entender para o espectador que tudo e todo acontecimento misterioso está relacionado à maldição da fita.
Ringu passa na tela de uma forma tão misteriosa que não conseguimos igualar a um filme hollywoodiano que escancara o terror na cara dos espectadores, razão que Nakata mostra ao mundo que o maior terror e o maior medo é feito de sutilezas. Ringu não é um filme para a massa, mesmo por que a massa não se diverte com sutilezas. E também não deixa de ser um filme de horror, pela proximidade de que Nakata cria com seus personagens, a vertente de filmar um envolvimento que passa na mente de seus personagens, que chega ao fim de alguma forma trágica, e bastante esperançosa. A maldição pode ser fatal, mas o ser humano é mais forte e inteligente que isto.
Ringu sobretudo se tornou emblemático, ao ponto de se tornar um marco no cinema de gênero terror, responsável por criar um novo estilo, suscitando uma nova formada de filmes de horror asiático. O intento de Hideo Nakata é fugir das regras do cinema ocidental, com o objetivo de entreter o espectador, não preocupado com momentos de suspense e terror, mas preocupado em envolver-se com a angústia junto aos personagens que procuram a solução para tal maldição. Nakata foge do tradicional, a construção do horror se resume a momentos de espera para um assassinato ou morte, seguido por uma trilha sinistra, que serve apenas para um pulo na poltrona. A função de Ringu é criar tal atmosfera para capturar e torturar o espectador durante o filme todo.
O cinema ocidental finalmente despertou para olhar outras vertentes, até mesmo os próprios espectadores, causalidade de um tempo que se esgotou dos clichês e das mesmices. Os gêneros cinematográficos tornaram-se cansativos, os espectadores alienados por um cinema cheio de regras. O cinema asiático tem lutado muito contra essas regras, dando margem para a verdadeira expressão e criação da arte. Pena a força maior ainda estar com a grande potência ocidental, mas o começo já é uma maravilha. O cinema mundial atual foi jogado para o fundo de um poço sem luz, massacrado pelos clichês que copiam a mesma fórmula de se fazer cinema, mas sempre há aqueles que fazem cinema, diferenciando a melhor forma de se expressar, saindo vagarosamente do fundo, e lentamente, da tela de cinema ou da própria televisão “atacar” os mais profundos sentimentos do espectador, representando sempre bem a melhor forma da criação.

OS EXCÊNTRICOS TENENBAUMS

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O gênero comédia sempre foi um pouco criticado por certas pessoas e adorado por outras. Sempre dividiu muita gente. Só que nos tempos de hoje, esse gênero tem agregado muito ao simples fato de rir e se tornado um gênero com muitos gêneros. É a comédia romântica, a “pastelão”, terror, dramática, ação, trágica, de guetos ou rappers, etc.
Agora, quando assisti Os Excêntricos Tenenbaums, descobri um gênero de comédia mais séria, um pouco mais depressiva e melancólica, pode-se dizer que chega a ser um pouco dramática. Você pode até perguntar. É possível? Sim. Depois de Os Excêntricos Tenenbaums o famoso estilo “rir da desgraça e dos problemas das pessoas” tem enchido muitas salas de cinema.
Produção realizada em 2001, Os Excêntricos Tenenbaums é um filme que mostra todos os personagens como pessoas com graves problemas de relacionamento e muitos deles vivendo constantemente deprimidos, e por incrível que pareça, há graça nisso. Certo que há momentos em que o espectador fica na dúvida se é pra rir ou chorar, mas o charme está aí.
O filme conta a história de Royal Tenenbaum (Gene Hackman), pai de uma família que carrega um sério problema de relacionamento. Royal após ficar afastado durante anos da família, procura voltar para perto da família e reconquistar os três filhos e a ex-esposa (Angelica Huston), que está para casar com o contador (Danny Glover) que acompanha a família há tempos. Royal então começa a inventar várias mentiras como forma de aproximar-se da família, aí começa o problema. Os três filhos de Royal agora se preocupam com os próprios problemas.
Margot (Gwyneth Paltrow), filha adotiva da família, tornou-se uma mulher depressiva e guarda vários segredos dos parentes e inclusive do seu marido. Richie (Luke Wilson) alimenta um amor secreto por sua irmã adotiva Margot. Chas (Ben Stiller) vira um homem obcecado pela segurança de seus dois filhos, após perder a esposa.
Dirigido por Wes Anderson que também assina o roteiro junto com Owen Wilson (irmão de Luke Wilson), Os Excêntricos Tenenbaums demonstra um certo cuidado ao desenvolver os personagens da trama desde o início do filme, porque já nos créditos iniciais o perfil de cada um é contado como a história de um livro ilustrado. Interessante, porque percebe-se que cada personagem já publicou alguma obra e isso mostra que cada um possui opiniões próprias e lidam como visão de mundo, o que reflete e dificulta mais ainda o relacionamento entre eles.
Não dá para não notar a atuação incrível dos atores. Wes Anderson abusa de planos e tomadas que realçam a expressão de cada personagem, é incrível os planos em que Anderson encara os atores nos olhos, mostrando que cada personagem não tem medo, não se preocupa e se orgulha com o julgamento do espectador.
Vale a pena notar Os Excêntricos Tenenbaums, por um novo gênero de comédia e pela discussão de sentimentos que o filme revela, a confusão de sentimentos que a história revela, ilumina o simpático mau caráter e esconde a beleza do puro sentimento, é divertido julgar essa confusão, afinal pode-se tornar como exercício para vida ou até mesmo uma maneira divertida de rir-se e descobrir que existe uma forma diferente de achar graça dos problemas e que a vida não vai cair por isso.

HANCOCK

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Chegou nas locadoras este mês, o divertido Hancock. Um super-herói solitário, depressivo, amargurado e alcoólatra, tudo originário dos constantes prejuízos causados aos moradores e a própria cidade que supostamente protege. Este é um argumento diferente e interessante ao se tratar de um filme de super-heróis, inclusive sobre qualquer gênero de narrativa. O filme diverte, mas o diretor Peter Berg realmente decepciona por não conseguir conduzir a história de Hancock na inter-relação entre os gêneros, ou seja não rende um interessante enredo trágico-cômico. Torna-se um filme que não acrescenta muita coisa, apenas o puro entretenimento.
Assinado também por Vince Gilligan (conhecido por escrever a famosa série Arquivo X) e por Vincent Ngo, trazem Will Smith como Hancock, o cômico herói que perambula como mendigo, lutando diariamente com o fardo que carrega por ser o único de sua espécie. Hancock já desistiu de buscar a compreender de onde veio e de alguma forma tentar agradar quem quer que seja. Cansado da responsabilidade de ter que “salvar o dia da cidade” ele se entrega a tarefa de herói com descaso, o que gera um desastre ainda maior a cidade. No meio dessa confusão toda, surge o caráter e talentoso Will Smith (Hancock) que consegue construir um personagem completamente expressivo, desde o sujeito derrotado, mal humorado e melancólico ao herói que busca receber o carinho da população numa expressão gélida, mas que permite ao espectador sentir um traço de emoção por baixo da couraça de depressão que carrega aquele personagem.
É cômico quando entra em cena o relações-públicas Ray Embrey (Jason Bateman) que resolve adotar Hancock e torná-lo um super herói digno de ser amado. É uma pena ver um ator com grande talento como Bateman fazer um papel do puro sentimento e bonzinho homem de família, não exigindo suas qualidades como ator. É triste também ver a maravilhosa Charlize Theron em um papel que apenas exige olhares preocupados em um close, sua beleza esta incrível em Hancock, mas o próprio papel de dona de casa desesperada não permite utilizar seus poderes como atriz.
Como já foi dito, é uma pena que Hancock poderia funcionar como filme consistente, mas Peter Berg não consegue, imaginar o quão dolorosa seria a história de Hancock, e a felicidade de encontrar alguém que pudesse reconstruir e reescrever sua vida. Descobrir que Hancock é um super herói onde a sociedade é sua força e a fraqueza ao mesmo tempo (é diferente com a gente?), isso são fatos que se bem desenvolvidos e bem escritos não tornariam Hancock apenas um filme divertido, mas sim uma maneira bastante criativa de rir e chorar de si mesmo e da própria sociedade.