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HANCOCK
















Chegou nas locadoras este mês, o divertido Hancock. Um super-herói solitário, depressivo, amargurado e alcoólatra, tudo originário dos constantes prejuízos causados aos moradores e a própria cidade que supostamente protege. Este é um argumento diferente e interessante ao se tratar de um filme de super-heróis, inclusive sobre qualquer gênero de narrativa. O filme diverte, mas o diretor Peter Berg realmente decepciona por não conseguir conduzir a história de Hancock na inter-relação entre os gêneros, ou seja não rende um interessante enredo trágico-cômico. Torna-se um filme que não acrescenta muita coisa, apenas o puro entretenimento.
Assinado também por Vince Gilligan (conhecido por escrever a famosa série Arquivo X) e por Vincent Ngo, trazem Will Smith como Hancock, o cômico herói que perambula como mendigo, lutando diariamente com o fardo que carrega por ser o único de sua espécie. Hancock já desistiu de buscar a compreender de onde veio e de alguma forma tentar agradar quem quer que seja. Cansado da responsabilidade de ter que “salvar o dia da cidade” ele se entrega a tarefa de herói com descaso, o que gera um desastre ainda maior a cidade. No meio dessa confusão toda, surge o caráter e talentoso Will Smith (Hancock) que consegue construir um personagem completamente expressivo, desde o sujeito derrotado, mal humorado e melancólico ao herói que busca receber o carinho da população numa expressão gélida, mas que permite ao espectador sentir um traço de emoção por baixo da couraça de depressão que carrega aquele personagem.
É cômico quando entra em cena o relações-públicas Ray Embrey (Jason Bateman) que resolve adotar Hancock e torná-lo um super herói digno de ser amado. É uma pena ver um ator com grande talento como Bateman fazer um papel do puro sentimento e bonzinho homem de família, não exigindo suas qualidades como ator. É triste também ver a maravilhosa Charlize Theron em um papel que apenas exige olhares preocupados em um close, sua beleza esta incrível em Hancock, mas o próprio papel de dona de casa desesperada não permite utilizar seus poderes como atriz.
Como já foi dito, é uma pena que Hancock poderia funcionar como filme consistente, mas Peter Berg não consegue, imaginar o quão dolorosa seria a história de Hancock, e a felicidade de encontrar alguém que pudesse reconstruir e reescrever sua vida. Descobrir que Hancock é um super herói onde a sociedade é sua força e a fraqueza ao mesmo tempo (é diferente com a gente?), isso são fatos que se bem desenvolvidos e bem escritos não tornariam Hancock apenas um filme divertido, mas sim uma maneira bastante criativa de rir e chorar de si mesmo e da própria sociedade.

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